quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

O meu coração falou...


"Como o tempo passou... Como é incrível, nada mudou. Como o meu coração aperta quando não dizes nada. O tempo continua a ser eterno longe de ti e as saudades persistem no meu coração.
Parece um sonho sentir as tuas mãos na minha cara, o teu beijo apaixonado, o teu Adoro-te ao meu ouvido, o teu olhar cheio de ternura...

Adormecer nos teus braços é alcançar o cume da minha paz... (06-12-2006)"

in "As Palavras dos Sentimentos" de Conceição Martins


Durante tanto tempo o meu coração encheu o teu.
Era ele que te falava, que te consolava, que te suspirava as palavras que querias ouvir. Quando sentias frio ele partilhava contigo todo o calor que tinha, mesmo que isso implicasse ficar gelado. De ti... pouco sentia. Mas a vontade de te dar não se ía, e pouco se foi.
Um dia, o meu coração calou-se nos gestos, nas palavras, na presença. Apenas o seu pensamento ainda falava contigo. Todos os dias e em momentos improváveis, proferia o seu lamento que acabava num sorriso sem controlo. Era feliz só de pensar em ti.
Sem contar, foste conhecendo as suas tentativas de voltar a falar a alguém. E falou... Ainda que com vergonha, poucas palavras conseguiram sair, pois o meu coração sempre continuou a falar, no meu pensar, no teu sorriso, no teu olhar, na saudade de tão perfeito entendimento com o teu. Mas agora, pouco ou nada ele lhe conseguia dizer. Quando se calou, lançou-te o dom de só tu lhe dares voz outra vez. Em silêncio, usava as asas que lhe emprestaste para pairar sobre os teus sonhos, sobre o teu pensar, sobre o teu coração sen nunca lhe poder falar.
Até que chegou um momento em que comecei a ouvir a tua voz. Ao longe, sem entender bem o que dizias, desejava ouvir-te mais, melhor, e ver-te, somente a sombra. A força que um dia provocava tempestades dentro do meu coração tinha-se transformado em tranquilidade e em paz. O meu coração, já paciente, esperou que te aproximasses, que te fizesses ver e ouvir tanto o quanto gostarias. Baixinho, ainda te chamou para perto, pensando que não irias responder. Quando levantei os olhos, estavas tu e o teu coração. Nele trazias o meu sorriso, a minha voz, todos os momentos que não se deixaram esquecer e as palavras que o meu coração te enviou, em pensamento, no silêncio que nos rodeou. Não me entregaste nada porque tudo isto fazia, já, parte dos teus dias. Apenas a minha voz foi devolvida para voltares a ouvir-me.
Tocando mãos com mãos e o olhar fundido no mar, o meu coração preenchendo, novamente, o teu, voltou a falar-te...




sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

A propósito...


A propósito de o tema estar novamente em voga, e que a polémica e as dúvidas não desapareceram após tanto tempo e o esclarecimento não surge de lado nenhum, veio o meu post anterior "Na altura de criar, eu errei!".
Felizmente, nada me identifica com esta letra e em nada poderá um dia significar algo dentro de mim. Quem me conhece, e não é preciso conhecer-me há anos, sabe que o meu sonho, o meu grande Sonho é ser mãe! Há dias em que o meu coração aperta só de tanto o desejar. Mas, e como sempre defendi, um sonho e o facto de vibrar imenso com ele e com o momento em que o concretizar não implica e, muito menos, quer dizer, que o queira real neste preciso momento. Necessárias são a estabilidade financeira, económica, pessoal, emocional, etc. Estabilidade, aqui, equiparo a "equilibrio". Uma criança necessita de equilibrio!
Quando ouço, e agora tão frequentemente, o assunto da despenalização do aborto e todas as discussões que dele suscitam, tento colocar-me no lugar em que estou e num lugar mais desesperado. E em ambos, grávida!
Não conseguia sequer colocar a questão de não ver, não sentir, não acompanhar, não abraçar, não muita coisa que faz parte de todo um desenvolvimento, de toda uma vida de um filho. A outra hipótese seria... não sonhar? Seria... viver para sempre com memórias não vividas, que não fazem parte do passado nem do futuro?
Esta é uma opinião pessoal que só a cada um diz respeito. Sim, a cada um e não a cada uma. Um filho não se faz sozinho, e não é por ser a mulher o local onde é concebida e transportada a criança, que o pai fica de lado. Existem pais, e eu conheço :), que fizeram tudo para que as namoradas tivessem o filho que, afinal, era deles. A decisão não é da mãe, é dos pais. Dentro da barriga da mãe ou fora dela, a criança é igualmente dos dois. Por isso, não concordo com a despenalização da mulher.
Existem casos em que o pai não quer saber e até, a melhor hipótese para ele, é o aborto. Aí, a mãe tem de ser mais forte. Ninguém pede para nascer, nenhum de nós o fez, mas não estariamos aqui se alguém tivesse ponderado o nosso nascimento.
O meu sonho é ser mãe, gerar um filho meu, mas também o é noutra prespectiva maior. Um desafio bastante grande o da adopção, mas um desafio tão gratificante pela humildade e gratidão da criança adoptada. Para mim, é o Amor que tenho dentro de mim que chega a doer para poder ser dedicado, entregue, atribuído...
Sejam responsáveis, pensem no futuro que pode ser muito próximo. Existe tanta informação, tanto conhecimento por aí espalhado... Hoje em dia, só engravida quem quer! E se não querem, pelo menos agora, não arrisquem o momento em que o puro egoísmo saltará na decisão de quem não se pode defender!
Sublinho, esta é a minha opinião. Não deixo de respeitar as opiniões contrárias.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

"Na altura de criar, eu errei..."


Parabéns... Pede um desejo!

Por favor, aceita as minhas desculpas
Pergunto-me como é que terias sido...
Terias sido um pequeno anjo ou um anjo de pecado?
Um rapaz que corria por todo o lado
Junto com os outros miúdos,
Ou um pequeno durão com uns lindos olhos castanhos?

Eu paguei pelo crime antes de saber o sexo,
Escolhendo a nossa vida sobre a tua vida:
significou a tua morte...
E tu nunca tiveste sequer a oportunidade de abrir os olhos.

As vezes pergunto-me se, enquanto feto, terás lutado pela tua vida?
Terias sido um pequeno génio, um cromo da matemática?
Terias brincado com as roupas da escola deixando-me furioso?
Terias sido um pequeno "rapper" como o teu pai?
Ter-me-ias feito deixar de fumar encontrando um dos meus isqueiros?

Pergunto-me qual teria sido o teu tom de pele e a forma do teu nariz?
E a maneira como terias rido e falado, rápido ou devagar?
Penso nisso todos os anos, por isso peguei numa caneta: Parabéns!
Amo-te quem quer que tu tivesses sido...

O que julguei ser um sonho... Afinal era a realidade, e eu errei!

Eu tenho um milhão de desculpas para tu teres morrido.
Aposto que todos têm a suas razões para cometer um homicídio.
Quem pode dizer se teria resultado
E quem pode dizer que não teria?

Eu era novo, estava na luta...
Mas tinha idade para ser teu pai.
O medo de ser como o meu pai nunca desapareceu.
Penso nisso muitas vezes entre golos de cerveja.
A minha ideia de família era artificial e falsa.
Por isso na altura de criar eu errei!

Agora tens um irmãozinho, será que ele és tu?
Talvez nos tenhas perdoado sabendo com estavamos confusos.
Talvez, sempre que ele sorri, és tu, orgulhosamente, sabendo...
Que desta vez o teu pai fez o que estava certo.

Nunca digo a uma mulher o que fazer com o seu corpo,
Mas se ela não gosta de crianças não estamos na mesma estrada.
Penso nisso todos os anos, por isso peguei na caneta:
Parabéns!

Amo-te quem quer que tu tivesses sido.
E dos céus até ao ventre e de volta para os céus,
Do final até ao fim sem nunca ter começado,
Talvez um dia...
Nos vejamos cara a cara num lugar sem tempo ou espaço!

O que julguei ser um sonho, afinal era a realidade...
Eu errei!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A pedido de muitas familias...

Ora, a pedido de muitas familias, de muitos amigos, meros leitores e desconhecidos, aqui está a música de Ana Carolina cuja letra abriu o meu post "Este fim-de-semana deixei-me flutuar". Chama-se "Eu não paro" e é do novo CD intitulado "Dois Quartos" e faz parte do "Segundo Quartinho".
As fotos são minhas... De muitos momentos em que esta música se encaixaria perfeitamente!
Disfrutem, reflictam e, principalmente, interiorizem a letra e a música. Extremamente real e doce...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Rir e Sorrir... Se faz favor!!



"Seja sempre uma expressão de alegria. Triste é o pecado. Feia é a maldade. Cruel é a ausência de Deus. Se está inundado da luz divina, se o seu coração se inclina para o amor e para a bondade... Transmita aos seus semelhantes a vida que está dentro de si, sempre que tiver oportunidade, estampando nos seus lábios, e mesmo no seu olhar, aquele doce sorriso que garante a presença de Deus na presença do amor."

Sem dúvida alguma, um texto e uma fotografia que me define. Que nos define, minha amiga paixão!! Mesmo quando pareça que a nossa disposição não é esta temos sempre uma à outra para nos recordarmos que o melhor da vida é poder sorrir. E se for com uma companhia sorridente, ainda mais vontade e mais valioso se torna o riso ou sorriso!

Rute, Adoro-te Muito!!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Este fim-de-semana deixei-me flutuar...



Quando eu vou parar e olhar pra mim
Ficar de fora
E olhar por dentro

Se eu não consigo

Organizar minhas idéias

Se eu não posso

Se eu esqueço de mim?


E eu pensei que fosse forte

Mas eu não sou...


Quando eu vou parar pra ser feliz

Que hora

Se não dá tempo

Se eu não me encontro

Nos lugares onde eu ando

Nem me conheço

Viro o avesso de mim?


Se eu não sei o que é sonhar

Faz tanto tempo

Tanto mar

E o meu lugar
É aqui?

Uma rua atravessada em meu caminho

Nos meus olhos
Mil faróis

Preciso aprender a andar sozinha

Pra ouvir minha própria voz

Quem sabe assim

Eu paro pra pensar em mim

Quem sabe assim
Eu paro pra pensar em mim...



"Eu não paro" de Ana Carolina



Este fim-de-semana foi silêncio, foi solidão, foi momento...
Foi fuga ao Mundo, foi cobardia, foi isolamento...
Foi um tempo só meu, um lugar para me encontrar, um repensar de mim.
A calma estava cá, a tranquilidade também, a paz é que não.
Tu tinhas a parte de mim que mais me fazia falta, a que toma conta de mim.

Este fim-de-semana foi essência, foi sonho, foi escuridão...
Foi sentimento, foi saudade, foi aperto...
Foi reflexão do Mundo, foi descanso da mente, foi incompleto sem ti.
O Amor estava cá, mas já transbordava.
Precisava de encher esse teu coração com o que eu mais tinha que era o que mais falta te fazia.
Os meus olhos cheios de água... E o teu mar vazio...

domingo, 14 de janeiro de 2007

Um bocadinho do que sou...





GREEN

You are a very calm and contemplative person. Others are drawn to your peaceful, nurturing nature.



Sou verde... Cor da Natureza, dos vegetais (hummm) e do Sporting!




Ora, tenho um pedacinho da personalidade do Touro... Da personalidade, só!




Beijos de chocolate?? Nunca ouvi falar mas quem me conhece sabe que não me importava de provar... ;)






Oh... E do meio de muitos animais animados, eu sou o Ursinho Pooh. Esta deixou-me enternurada...*¨*

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Apresentação...


The Kiss by Gustav Klimt


Não te cobro a lógica,
Não te peço a coerência,
Tu és pura emoção.

Tens razões e motivações próprias...
És movido por paixão,
Essa é a tua religião e a tua ciência.

Não meço o teus sentimentos,
Nem os comparo a nada.
Deles sabes tu,
Tu e os teus fantasmas,
Tu e os teus medos,
Tu e a tua alma.

A minha incerteza fere-te, mas não te mata.
As minhas dúvidas batem-te,
Mas não te deixam cicatrizes.

Não te falo das nuvens,
Tu és o Sol e a Lua,
Não conto as poças,
Tu és o mar...
Profundo, intenso, passional.

Não te exijo prazos e datas,
Tu és eterno e atemporal.
Não te imponho condições,
Tu és absolutamente incondicional.
Não espero explicações,
Tu não as tens, apenas aconteces,
Sem hora, local ou ordem.

Vives em cada molécula,
És o todo e és uno,
Não te vejo,
Mas sinto-te.
Estás tanto na minha solidão,
Quanto no meu sorriso.

Vive-se por ti,
Morre-se por ti,
Sobrevive-se sem ti.
És começo e fim,
E todo o meio.

És o meu objectivo,
A minha razão que a razão
Ignora e desconhece.


Tens milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas.

És tudo,
Sem ti, tudo é nada.
És o amanhecer,
És Fênix,
Renasces das cinzas,
Sabes quando tens que morrer,
Sabes que sempre irás renascer.

Mudas de protagonista,
Nunca de história.
Mudas o cenário,
Mas não o roteiro.

És a música...
Ecôas, reverberas, sacodes.
És o fogo...
Queimas, destrois, incineras.
És a água...
Afogas, inundas, invades.
És tempo...
Sem medidas, sem marcações.
És clima...
Proporcional a tua fase.
És vento...
Arrastas, balanças, carregas.
És furacão...
Destróis, devastas, arrasas.
Mas és tijolo...
Constróis, recomeças...
És cada estação,
No seu apogeu e glória.

És o meu problema
E a minha solução.
És o meu veneno
E o meu antídoto.
És a minha memória
E o meu esquecimento.

Tu és o meu reino, o meu altar
O meu trono.
És a minha prisão,
És o meu abandono e és a minha liberdade.
A minha luz, a minha escuridão
E o meu desejo de ambas.
Velas no meu sono...

Poderia continuar a descrever-te
Mas já dei uma ideia do que és... AMOR!

Adaptado por Conceição Martins

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

A nossa paz...



"A paz encontra-se aqui e agora, em nós próprios e em tudo o que fazemos e vemos. A questão é se estamos ou não conscientes dela. Não é preciso viajarmos para longe para admirarmos o céu azul. Não temos de nos afastar da nossa cidade ou até do nosso bairro para apreciarmos os olhos de uma bela criança. Até o ar que respiramos pode ser uma fonte de prazer.”

Thich Nhat Hanh in "Harmonia a cada passo"

domingo, 7 de janeiro de 2007

A Compaixão: Fundamento da Felicidade Humana

Há cerca de dois anos, participei num workshop de criatividade de uma semana, na Universidade do Minho, cujo título era "Imagination is more important than knowledge". Consistiu numa simulação de uma agência de publicidade em trabalho, durante uma semana. Ao longo desse tempo, o nosso orientador do workshop foi analisando atitudes, ideias, reacções, capacidades e outros aspectos dos vários elementos dessa mesma agência simulada.
No final do workshop, fomos convocados para uma reunião onde os trabalhos seriam apresentados, criticados e, por fim, o balanço dessa semana ía ser discutido por todos. O nosso orientador, com base em tudo o que apreciou e prensenciou no decorrer dos cinco dias, decidiu caracterizar cada elem
ento com uma característica que, na sua opinião, definiria a pessoa. Chegada a minha vez, eu fui "Compaixão" aos olhos dele. E, após uma breve explicação que justificaria a sua escolha, o orientador não tinha uma pequena ideia que essa palavra iria ficar carimbada até hoje, em mim.
Enquanto lia um texto composto por outros vários textos, da sua Santidade Dalai Lama, foi com um sorriso que reconheci uma parte com uma definição de compaixão como uma peça essencial à felicidade do Homem. Identifiquei rapidamente esta definição com a justificação do orientador do workshop em me caracterizar como "Compaixão".
Este mesmo texto, lido com a sua
devida atenção e com total abertura da mente, é um tesouro que enriquece qualquer um sem notáveis esforços.



"Há inúmeras qualidades que são importantes para a paz de espírito, mas, pela pouca experiência que tenho, creio que um dos elementos mais importantes é a atitude humana de afeição e de compaixão: o sentimento que nos leva a interessar-nos pelos outros.

Permitam-me que explique o que entendo por compaixão. Habitualmente, o nosso conceito de compaixão ou de amor refere-se ao sentimento de proximidade que temos pelos nossos amigos e entes queridos. Por vezes a compaixão acarreta também um sentimento de piedade, o que não está certo - qualquer sentimento de amor ou de compaixão que implique olhar de cima para os outros não é uma verdadeira compaixão. Para ser autêntica, a compaixão deve basear-se no respeito pelo outro e na compreensão de que os outros, tal como nós, têm o direito de ser felizes e de acabar com o sofrimento. A partir daí, porque tomamos consciência do seu sofrimento, desenvolvemos um verdadeiro sentimento de preocupação pelos outros. Quanto à proximidade que sentimos pelos nossos amigos, em geral esse sentimento é mais um tipo de apego do que compaixão. A verdadeira compaixão deve ser imparcial. Se nos sentimos próximos dos nossos amigos, mas não dos inimigos ou do grande número de pessoas que nos são desconhecidas e indiferentes, nesse caso, apenas temos uma compaixão parcial ou preconcebida.

Como disse atrás, a verdadeira compaixão baseia-se no reconhecimento de que o direito dos outros à felicidade é idêntico ao nosso e que, por conseguinte, mesmo um inimigo é um ser humano que, tal como nós, aspira à felicidade e, tal como nós, tem o direito de ser feliz. Chamamos compaixão ao sentimento de interesse pelos outros que se desenvolve nesta base - uma compaixão que se estende a todos, independentemente da atitude amigável ou hostil que possam ter por nós.


A compaixão dá-nos igualmente uma grande força interior. Uma vez desenvolvida, ela abre-nos, naturalmente, uma porta interior, através da qual podemos comunicar facilmente e de coração a coração com os nossos semelhantes, os seres humanos, e mesmo com os outros seres sensíveis. Por outro lado, se tivermos ódio e maus sentimentos pelos outros, eles poderão sentir o mesmo por nós. Em consequência, a suspeição e o medo acabam por criar uma grande distância entre nós e os outros, ao ponto da comunicação tornar-se muito difícil e de acabarmos por nos sentir sós e isolados. Não significa que todos os membros da comunidade vão nutrir sentimentos negativos para connosco, mas talvez alguns olhem para nós de uma maneira negativa, por causa da nossa própria atitude.
Se cultivarmos sentimentos negativos pelos outros e ainda assim esperarmos que eles nos tratem com amizade, não estamos a ser razoáveis. Se quisermos que a atmosfera que nos rodeia seja mais amigável, temos de começar por criar um terreno que o proporcione. Caso mesmo assim os outros reajam negativamente connosco, temos então todo o direito de agir em consequência.

A compaixão cria naturalmente uma atmosfera positiva e, em consequência, sentimo-nos tranquilos e contentes. Onde quer que viva uma pessoa compassiva, reina sempre uma atmosfera agradável. Mesmo os cães e os pássaros aproximam-se facilmente de pessoas assim. Portanto, se quisermos ter verdadeiros amigos, temos de começar por criar uma atmosfera positiva à nossa volta. Nós somos, apesar de tudo, animais sociais e os amigos são muito importantes.

Como havemos de fazer para provocar um sorriso nas pessoas? Se ficarmos carrancudos e desconfiados, é muito difícil. Se tiverem muito dinheiro ou poder, talvez consigam obter de algumas pessoas um sorriso artificial, mas um verdadeiro sorriso só pode surgir da compaixão.


Quando somos concebidos e enquanto estamos no ventre da nossa mãe, a sua atitude compassiva e a tranquilidade do seu estado mental são factores muito positivos para o nosso desenvolvimento. Se o espírito da mãe for muito agitado, isso prejudica-nos. E ainda mal começamos a nossa vida! Aliás, no próprio momento da concepção, o estado de espírito dos pais é importante. Uma criança concebida através de uma violação, por exemplo, não será uma criança desejada, o que é horrível. Para que tudo se passe da melhor maneira, a concepção deve proceder de um amor verdadeiro, de um respeito mútuo, e não de uma paixão desenfreada. Não basta um caso amoroso pontual, os dois parceiros devem conhecer-se bem e respeitar-se - é a base de um casamento feliz. Além disso, o casamento devia ser para a vida inteira ou, pelo menos, durar muito tempo. Nessas condições é possível dar origem a uma nova vida convenientemente.

Descobriu-se que as crianças que crescem em lares onde o amor e a afeição estão presentes têm um desenvolvimento físico mais saudável e são melhores alunos. Em contrapartida, as crianças carentes de afeição têm mais dificuldades em desenvolver-se física e mentalmente. Mais tarde, quando forem crescidas, ser-lhes-á igualmente mais difícil mostrar afeição, o que é uma grande tragédia.


Uma disposição afectiva não só torna o espírito mais calmo e tranquilo, como afecta positivamente o nosso corpo. Por outro lado, o ódio, a inveja e o medo perturbam a nossa paz de espírito, tornam-nos agitados e afectam negativamente o nosso corpo. O próprio corpo precisa de paz de espírito e não lhe apraz a agitação. Isto mostra-nos que o apreço pela paz está-nos no sangue.


Por conseguinte, embora haja quem não esteja de acordo, creio que apesar do lado agressivo da nossa natureza fazer parte da vida, a força dominante da vida é a afeição. Razão pela qual é possível fortalecer esta bondade fundamental, que é a nossa natureza humana.


Noutras situações, por exemplo, ficamos doentes e quanto mais pensamos na nossa doença mais frustrados ficamos. Neste caso, talvez seja útil compararmos a nossa situação com o pior cenário possível relacionado com essa doença ou com o que aconteceria se tivéssemos apanhado uma doença ainda pior, etc. Deste modo, podemos consolar-nos, ao compreendermos que podia ser pior. Uma vez mais, treinamo-nos em ver a relatividade da nossa situação. Se a compararmos com algo de muito pior, isso reduz imediatamente a nossa frustração. Similarmente, quando as dificuldades surgem, talvez elas nos pareçam enormes se as olharmos de perto, mas, se olharmos para o mesmo problema numa perspectiva mais alargada, ele parece logo menos importante.

Graças a estes métodos e ao desenvolvimento de uma perspectiva mais vasta das coisas, sempre que tivermos de enfrentar problemas poderemos diminuir a frustração. Talvez precisem de um esforço constante, mas, se o aplicarem deste modo, verão que o vosso lado irritado irá diminuir. Enquanto isso, o vosso lado compassivo vai-se fortalecendo e o vosso potencial positivo desenvolvendo. Combinando estas duas abordagens, uma pessoa negativa pode tornar-se numa boa pessoa. É este método que utilizamos para efectuar esta transformação."


"A Compaixão: Fundamento da Felicidade Humana"
apêndice ao livro de Sua Santidade o Dalai Lama “As Quatro Nobres Verdades”

Não tens noção...


When you love someone you'll do anything
You'll do all the crazy things that you can't explain
You'll shoot the moon put out the sun

When you love someone
You'll deny the truth believe a lie
There'll be times that you'll believe
you can really fly
But your lonely nights have just begun
When you love someone

When you love someone you'll feel it deep inside
And nothin' else can ever change your mind
When you want someone - when you need someone
When you love someone

When you love someone - you'll sacrifice
You'd give it everything you got and
you won't think twice
You'd risk it all - no matter what may come
When you love someone

You'll shoot the moon - put out the sun
When you love someone


Não tens noção da importância, da extrema importância, de uma fotografia...
Não tens noção de o tempo que se pode ficar a olhar para um sorriso que, nessa fotografia, está ao teu lado...

Não tens noção de um coração sem saber o que pensar, pensar que não quer pensar...

Não tens noção da luta de um passado contra um, recente...
Não tens noção da vontade de beijar um alguém, da necessidade de um abraço de alguém...
Não tens noção do que é controlar essa necessidade porque esse alguém está "sem cabeça"...
Não tens noção da dor que é ter saudades pelo silêncio e pela ausência...
Não tens noção de senti-los tão pesados ao tentar quebrá-los, sem resposta...
Não tens noção da força de querer um "Adoro-te" quando nem consegues sentí-lo...
Não tens noção da ansiedade de num minuto mudar todo o pensamento...

Não tens noção de ser romântica e ter de guardar esse ser por não te proporcionarem tal ocasião...

Não tens noção de chegar a casa e encontrar um vazio dentro dela...
Não tens noção do encanto que tem uma flor...
Não tens noção de pensar todos os dias que pode, realmente, existir uma Beatriz...
Não tens noção de guardar esse medo/felicidade dentro de ti e não o conseguires partilhar com ninguém...
Não tens noção de teres alguém que te Ama, mas por uns dias teres de fingir que não a tens...
Não tens noção da frase "não vou chorar" escrita em todos os locais do teu pensamento enquanto finges...
Não tens noção da explosão interior que provoca uma surpresa...
Não tens noção de acordar e manter os olhos fechados para que a sensação de uns braços à tua volta não desapareça...
Não tens noção que trabalhos/empregos não se comparam nunca...
Não tens noção da raiva de não conseguir odiar, e ainda Amar mais, alguém que te faz sentir a mágoa mas que é incapaz de te magoar...

Não tens noção do que é compreender o silêncio de alguém que faz tão parte de ti e não conseguires evitar o Amor dentro de ti, apesar de tudo... Sorrires!
Não tens noção do que é dizerem-te que tens 23 anos e que por isso não tens noção!


Apesar de não se ter noção de muita coisa, há uma noção muito clara dentro de mim que me faz ultrapassar maus momentos, trabalho, gripes, a maldade das pessoas, contradições do pensamento e da mente, oscilações da vida. E essa noção vive em mim desde aquele olhar, o primeiro, desde aquele beijo, o nosso, desde todos os momentos que, não tens noção, do quanto estão vivos para me darem força quando estes mesmos tentam, sem resultado, ser uma simples mentira... E eu? Creio que tens noção que eu estou aqui, apesar de tão poucas noções, tenho a mais importante e que não me deixa desistir nem permitir que uma parte da minha vida, estando má, estrague as outras partes, igualmente importantes.

"De tanto esperares, esqueces-te de oferecer..."

(não tens noção mas não quero que a tenhas; eu quero deixar de a ter)

sábado, 6 de janeiro de 2007

E este é o meu pensamento para vós...


"A mente pode ser comparada a um oceano, e os eventos mentais momentâneos — como a felicidade, a irritação, as fantasias e a tristeza — às ondas que sobem e descem sobre sua superfície. Assim como as ondas podem ser apaziguadas para revelar a calma das profundezas do oceano, assim também é possível acalmar a turbulência de nossa mente para revelar a sua clareza natural.

A habilidade para fazer isto está dentro da própria mente, e a chave para a mente é a meditação."

Kathleen McDonald


sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Estrelas "Carentes"


"É preciso ser gigante para ser gota de orvalho. Depois de abraçar a terra, mergulhar no mar, transformado em nuvem, comandar uma batalha de raios, cair muito alto, das alturas, no coração de uma flor, a nossa alma, gota celeste, desaparece num fino raio de sol!"

Amadeu de Sousa Cardoso


Há uns dias atrás, conversando, descobri que a filha da minha chefe tem um nome engraçado a dar às estrelas cadentes, e que é o de "estrelas carentes".
Ora, hoje, não existiria melhor nome para definir o meu estado de espírito. Senti-me a brilhar, com um pouco menos de luz, mas em que precisava que a Lua me abraçasse forte e me sorrisse. Então, olhei e mais voltas dei com o meu olhar, e não a encontrei. Nos meus lábios, a Lua conseguiria ler "Preciso de Ti" se não tivesse perdida nesse imenso céu... Tal como eu!

Talvez, amanhã, volte a ser a forte e destemida "Gota de Orvalho" mas por hoje deixei-me ser, ternamente, uma "Estrela Carente"...


quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

"O Quebra-Onda" no El Corte Chinês





"Nem sempre a vida nos corre da melhor forma...
Nem sempre o que queremos se concretiza...
Mas de uma coisa tenho a certeza!
Que com uma amiga como tu, tudo se torna mais fácil..."



E é na preocupação de um desassossego da alma, que me distanciou hoje de quem esteve comigo, que recebi esta mensagem de uma pessoa que estava, literalmente, à minha frente, sem dizer uma palavra...

Bigada pelos sorrisos, pelas tentativas de sorrisos, pelas perguntas vossas sem resposta minha, pelas palavras, mesmo quando já não estão presentes fisicamente, pelos nomes "conchita" "mary conchita" "mary ni" "nikiwi" e outros mais, que só me fazem sentir bem nesse lugarzinho a que nós chamamos "O Quebra-Onda" no El Corte Chinês.

Do fundo do coração, Gosto Muito de Vocês!!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz
Ano novo sem comparação com todo o tempo já vivido(...)
Não precisa
de fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa
justiça entre os homens e as nações
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome
você, meu caro, tem de merecê-lo
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil
mas tente, experimente, consciente!
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre!

Carlos Drummond de Andrade

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