Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca ;
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeções e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
Somos capazes de correr e ter tempo para assistir a um jogo de futebol ou uma novela na hora, mas demoramos mais de uma semana a responder a alguém que apenas precisava de uma palavra nossa.
Gostava de saber o porquê de nos queixarmos tanto da vida que temos quando existe tanta coisa boa nela que, por distracção, não damos conta...
Por vezes, não vemos uma pessoa porque é outra pessoa que queremos.
Gostava que as pessoas se rissem mais, gostava de ouvir mais gargalhadas. Bem alto!!
Vejam menos televisão e leiam mais. Ouçam música, dancem com os mais pequenos e brinquem com eles. Não se prendam em casa, escravos do egoísmo de querer estar sempre sozinho. Fixem uma flor e fiquem uns simples minutos a contemplar os seus movimentos, a sua cor, a sua forma.
Existe um tanto em nós que fazemos para não conhecer por tão pouco ou quase nada a que damos tudo e acabamos por morrer...