domingo, 4 de fevereiro de 2007

Há dias assim...


Hoje chorei...
Chorei como já não o fazia há bastante tempo. Senti uma variedade de dores, aparentemente, pequenas que, ao fim do dia, se tornaram numa só e me afligiram o equilibrio.

Queria ter tido coragem de pedir um abraço a tempo, de dizer que estava triste. Mas mal me deparei com tanta ocupação pós-laboral dos meus colegas, limitei-me a virar as costas e percorrer um longo caminho que me fez sentir e ouvir mais alta a minha dor.


Hoje, deixei-me entrar no carro e nem tempo tive para o ligar pois as lágrimas começaram a cair. Caíam com vontade, sem medo do vazio que vieram encontrar cá fora. Desliguei a música e deixei-me ficar. Deixei-me ir na esperança de esvaziar este tormento e ficar bem.
Cheguei à garagem e custou-me imenso sair do carro. Queria parar de chorar.
Reparando bem, eu conheço-me, e sei que eu queria o tal abraço que não pedi. Talvez a energia que ele me tivesse dado dissipasse qualquer tipo de dor dentro de mim.

E agora, surpreendentemente, continuo a chorar. Tenho a minha cara relaxada e serena. As lágrimas já descem de maneira diferente, tranquilas e sem pressa. O meu desejo é que, com elas, vá este conflito que se instalou em mim e que me atormenta qualquer segundo deste meu momento... De volta, quero a minha alma em paz.

10 comentários:

MC disse...

São dias que passam vazios sem um rumo e sem caminho. Há momentos que simplesmente não passam. Na escuridão de um presente que se queria ausente crescem os receios de um futuro que não se sabe onde está. A vontade não basta para chegar onde se quer, nem tão pouco a sorte, o esforço….estamos num mundo em que nada mais faz sentido. Não percebo o funcionamento irregular de estruturas desestruturadas que só não caem porque as bases foram criadas há tempos. São bases fracas e bambas… mas que sustêm o que não deve. Vejo-me no meio desta confusão que não me acalma e me desespera. Tento pensar que amanhã será diferente, melhor, só podia, pior não dá!
Por vezes a desilusão é maior que qualquer outra coisa…espero que não me domine por completo, seria o fim. A esperança é a última a morrer? Se não fosse a minha ânsia de acção talvez levasse à letra essa velha expressão que gira na boca de um povo que pouco mais tem que essa força na fé.
Perco-me em pensamentos pouco produtivos, que não trazem nada além de mais tristeza…e eu não sou triste…mas também não sou estática, e é assim que estou no momento. Esta paragem dá-me cabo dos nervos!!!

Anónimo disse...

Desculpa...Desculpa por não te ter dado esse abraço!
Desculpa-me eternamente, porque não percebi a dimensão da tua necessidade...Desculpa.
Acabo de ter a sensação de não merecer o teu carinho por naquele momento não ter percebido que precisavas de um abraço, porque sei que ás vezes é o que nos basta para seguirmos, e porque essa é a obrigação daqueles que se consideram amigos! Desculpa.
E eu, Mariana Brandão, assumo aqui que por isso falhei, falhei completamente. Só tenho uma palavra: DESCULPA!

Nuno West disse...

Antigamente chamava-me miak e escrevia no "Duende Feliz".

http://oduendefeliz.blogspot.com/

Passa por lá, por favor.

SONHADOR disse...

mesmo longe e de forma virtual, te mando um grande abraço.
força

a vida é mesmo um turbilhão de emoções.

sempre que precisares, podes contar comigo.

bjos.

Sara Ribeiro disse...

No outro dia...estava eu a reclamar baixinho da minha vida de mãe, dona de casa e trabalhadora quando o meu sobrinho meu disse:"Tia, já sei ler!"eu, voltada de costas para ele respondi:"tás a ver" e continuei a minha lista de reclamções. e ele disse: "queres ver? Vou ler isto!... "o meu amor... por ti...não tem... o meu amor por ti não tem palavras! Nini.E continuou: ó tia? quem é a Nini? e eu, sem dar conta, estava com um sorriso na cara. e expliquei-lhe: é uma amiga minha minha que foi minha colga de quarto, e continuei a discrição e a resposta ás perguntas dele com verbos sempre no passado. depois de ele ter voltado para as correrías e brincadeiras, fiquei a pensar no que lhe tinha dito... "Fomos, éramos, tinhamos..." depois no caminho para bragança comecei a pensar o porquê do afastamento entre nós. na rádio a nelly furtado dizia "all good things came to an end" e de facto a frase adequa-se a nós. todos os bons e maus momentos, mais bons que maus estão guardados no meu coração, naquela caixinha que quando abre me põe sempre um sorriso na cara, mesmo que a vontade de sorrir seja pouca. depois de ler o teu último post e depois de ter imaginado cada momento daquela tua moite, tive vontade de voltar atrás e estar ao pé de ti para te abraçar e dizer-te que podes contar comigo e que a tua é a minha dor. Apesar de adormecida, a minha amizade, o meu carinho e a minha admiração por ti não vai nunca deixar de existir e o meu abraço, o meu ombro e o meu ouvido (também podes ligar) vão estar sempre disponiveis... sei que estou longe e que a distância afasta as pessoas, mas mesmo que estivesse do outro lado do mundo " o meu amor por ti" ía continuar sem palavras!

Sara

Sara Ribeiro disse...

sim eu sei tem erros de português, mas foi escrito á pressa entre três ou quatro noticias
:)

Bunny Girl disse...

Há vezes em que esse é o melhor remédio!
Mas não há sensação melhor do que sentir que toda a agonia passou e que agora tudo está bem :)

Xuinha Foguetão disse...

Espero que já tenhas resgatado a tua alma em paz.

Beijão e sorri sempre (ajuda e muito, procura e verás que não te faltam motivos para sorrir...).

Elsa disse...

Eu sei que não tenho feito muitos comentários no teu cantinho... mas leio-o com toda a atenção ao ponto de, por vezes, me encontrar nas tuas palavras...
É tudo muito teu e sempre dá para nos mantermos perto das pessoas!
Continua a escrever, de preferência sem lágrimas... :p
Fica bem!

Anónimo disse...

Porque temos dias assim...
E crescemos mais, depois de uma tempestade vem um dia lindo de sol. passei para te conhecer.
seja feliz