segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Posso comprar uma hora da tua atenção?



Para aqueles que são Pais, Mães e não só...

"Um dia, quando um homem chegou tarde a casa, cansado e irritado após um dia de trabalho, encontrou, esperando por si à porta, o seu filho de 5 anos.

- Papá, posso fazer-te uma pergunta?

- Claro que sim. O que é?

- Quanto ganhas numa hora?

- Isso não é da tua conta. Porque me perguntas isso?! - respondeu o homem, zangado.

- Só para saber. Por favor... diz lá... quanto ganhas numa hora? - perguntou novamente o miúdo.

- Bom... já que queres tanto saber, ganho 10 euros por hora.

- Oh! - suspirou o rapazinho, baixando a cabeça.

Passado um pouco, olhando para cima, perguntou:

- Papá, emprestas-me 5 euros?

O pai, furioso, respondeu:

- Se a razão de tu me teres perguntado isso, foi para me pedires dinheiro para brinquedos caros ou outro disparate qualquer, a resposta é não! E, de castigo, vais já para a cama. Vai pensando no menino egoísta que estás a ser. A minha vida de trabalho é dura demais para eu perder tempo com os teus caprichos!

O rapazinho, cabisbaixo, dirigiu-se silenciosamente para o seu quarto e fechou a porta. Sentado na sala, o homem ficou a meditar sobre o comportamento do filho e ainda se irritou mais. Como se atrevia ele a fazer-lhe perguntas daquelas? Como é que, ainda tão novo, já se preocupava em arranjar dinheiro?

Passada mais ou menos uma hora, já mais calmo, o homem começou a ficar com remorsos da sua reacção. Talvez o filho precisasse mesmo de comprar qualquer coisa com os 5 euros. Afinal, nem era costume o miúdo pedir-lhe dinheiro. Dirigiu-se ao quarto do filho e abriu devagarinho a porta.

- Já estas a dormir? Perguntou.

- Não, papá, ainda estou acordado. - respondeu o miúdo.

- Estive a pensar... Talvez tenha sido severo demais contigo? - disse o pai - Tive um longo e exaustivo dia e acabei por desabafar contigo. Toma lá os 5 euros que me pediste.

O rapazinho endireitou-se imediatamente na cama, sorrindo:

-Oh, papá! Obrigado!

E levantando a almofada, pegou num frasco cheio de moedas. O pai, vendo que o rapaz afinal tinha dinheiro, começou novamente a ficar zangado.O filho começou lentamente a contar o dinheiro, até que olhou para o pai.

- Para que queres mais dinheiro se já tens aí esse? - resmungou o pai.

- Porque não tinha o suficiente. Agora já tenho! - respondeu o miúdo - Papá, agora já tenho 10 euros! Já posso comprar uma hora do teu tempo, não posso? Por favor, vem uma hora mais cedo amanhã. Gostava tanto de jantar contigo..."


Por vezes, a parte material da vida e o excesso de cansaço que nos traz absorve-nos demasiada atenção.

E deixamos de saber como nos enriquece, por dentro, ter um pequeno sorriso a olhar para nós e a valorizar apenas o facto de estarmos presentes.

Porque um dia pode-nos ser roubado tudo o que temos...

Mas no nosso coração ninguém mexe!


4 comentários:

SONHADOR disse...

nada mais real.
fizeste-me lembrar do sorriso da minha pequena.

saio cansado do serviço e só penso chegar depressa a casa, para a ver sorrir.

bjos doces.

Anónimo disse...

"Um dia, um pai castigou a sua pequena filha de 3 aninhos, por desperdiçar um rolo de papel de embrulho dourado.
Nestes dias, o dinheiro era escasso e por isso o pai explodiu em fúria, quando viu a menina tratando de embrulhar uma caixa para pôr debaixo da árvore de natal. Na manhã seguinte, a menina levou o presente para o seu pai e disse-lhe:
"Este presente é para ti, papá querido."
Ele sentiu-se envergonhado da sua reacção de fúria, mas voltou a explodir quando viu que a caixa estava vazia e gritou:
"Tu não sabes que quando se dá um presente a alguém, supõe-se que deve haver algo dentro???"
A pequenina olhou para cima, e com lágrimas nos olhos disse:
"Oh, papá, não está vazia, eu coloquei um monte de beijinhos dentro da caixa, todos para ti."
O pai sentiu que iria morrer, pôs seus braços ao redor de sua filha e suplicou para que o perdoasse. Se é dito que aquele homem guardou a caixa dourada perto da cama por anos e anos, e quando se sentia deprimido, tomava um daqueles beijos imaginários da caixa e lembrava do amor que sua filha havia posto neles...
De uma forma muito sensível e particular, cada um de nós tem recebido um recipiente dourado, cheio de amor incondicional e beijos de nossos filhos, amigos, família ou de Deus. Ninguém poderia ter uma propriedade ou posse mais grandiosa que esta."

Como esse coraçãozinho agradece, tudo o que de bom se possa levar para dentro dele, faço questão de deixar uma linda caixinha dourada - bem atada com um grande laço - só para que, em nenhum dia, te sejam roubados todos esses beijinhos que coloquei lá dentro.

Mãos de Fada disse...

Tens razão, Ni... No nosso coração ninguém mexe! É nele que habita o nosso tesouro... Do qual só nós temos a chave!
Beijo emocionado!

rosa disse...

muito bonito... e tão verdadeiro!